segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Nova estratégia para renováveis motiva recados ao Governo

Numa altura que é de crise, o Governo decidiu voltar a fazer as contas às renováveis e mudar de estratégia. Questionado pelo AmbienteOnline quanto ao futuro das renováveis, Henrique Gomes, secretário de Estado da Energia, é peremptório: «Vamos abandonar tecnologias não maduras e não eficientes, porque não é possível suportar os sobrecustos.
É o que se passa, por exemplo, com o fotovoltaico. Estas renováveis emergentes devem ser apoiadas em programas muito específicos de investigação», revelou. E admite que o Governo tem estimulado as empresas a deixar a especialização no fotovoltaico e a apostar na eficiência energética.
O novo rumo da estratégia não caiu bem nas associações do sector. «Não se podem tomar medidas avulso que têm consequências muito graves para o sector e não só. A Secretaria de Estado da Energia deveria de uma vez por todas realizar o planeamento energético do País», considera António Sá da Costa, presidente da Associação de energias Renováveis – Apren. Segundo o responsável, desenvolveu-se um tecido empresarial baseado num pressuposto que agora deixa de existir.
«Que haja um hiato é perfeitamente aceitável, desde que não comprometa os compromissos assumidos. No caso do solar há um conjunto de investidores que se propuseram a desenvolver projectos.-piloto com a esperança que a tecnologia fosse vingar», lembra. António Sá da Costa defende que a política não pode ser feita por «saltos descoordenados» e com «cortes a direito», até porque há muitos postos de trabalho em causa.
Os impactes indirectos desta decisão, diz, vão afectar a desejada quebra nas importações energéticas, para além de um descrédito que se instala, com repercussões nos mercados internacionais para onde as empresas já começaram a exportar.
Apesar de Custódio Miguéns ressalvar que o cluster para a Energia EnergyIn não faz declarações em termos de políticas energéticas, o responsável diz entender que o Governo tenha que moderar os gastos que Portugal tem com energia. «O que acho é que o Governo também tem que ter o cuidado de criar um mercado interno minimamente desenvolvido para apoiar as empresas que estão a produzir bens transaccionáveis para as apoiar no momento em que elas são criadas. Qualquer empresa só se vai lançar na exportação depois de ter demonstrado em Portugal que os produtos funcionam. Seria de boa política económica criar um pequeno mercado para proteger as empresas em fase nascente», defende.
Apisolar contra metas da micro e minigeração
Maria João Rodrigues, presidente da Apisolar, sublinha que não a choca o anúncio do Governo, até porque a associação defende centrais associadas a pontos de consumo, e a julgar pela recente portaria nº 285/2011, a mini e microgeração continuam activas.
A apisolar estima que 40 a 50 por cento dos painéis solares fotovoltaicos instalados em 2011 sejam de fabrico nacional. Num contexto global de excesso de oferta, a contração de 47 por cento do mercado nacional de micro e miniprodução preocupa as empresas nacionais, que apresentam já um perfil exportador acentuado. «A eventual reafectação de potência entre os regimes da micro e miniprodução poderá minimizar os efeitos negativos já que se espera uma penetração de produtos extra-comunitários mais acentuada no regime da miniprodução do que do regime da microprodução», diz a associação em comunicado.
Ainda assim, a associação diz-se preocupada: «Se as tarifas são aceitáveis face à evolução dos preços, já as metas são altamente redutores», diz Maria João Rodrigues. A APISOLAR considera «excessiva e preocupante» a contração de 60 por cento do volume de mercado da microgeração.
«A confirmar-se a expectativa de excesso de procura face à oferta de licenças de microgeração, considera a Apisolar que as metas dos regimes da micro e miniprodução devem ser entendidas de modo integrado e flexível, procedendo-se periodicamente à reafectação de quotas entre os regimes, de acordo com os perfis de procura efectivamente verificados», sublinha a associação.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Eletricidade: Quotas para micro e miniprodução podem ser revistas para compensar desequilíbrios do mercado - APISOLAR

A presidente da Associação Portuguesa da Indústria Solar (APISOLAR) afirmou hoje que o Governo admite rever as quotas atribuídas aos micro e miniprodutores de eletricidade com base em energia fotovoltaica para equilibrar a procura e a oferta.
Maria João Rodrigues falou à Lusa após uma reunião no ministério da Economia e sublinhou que "houve alguma abertura" para acompanhar o impacto da redução da capacidade anual instalada atribuída à microgeração.
"Se houver um grande desequilíbrio entre a oferta e a procura pode haver uma reafetação de quotas", entre a micro (produtores domésticos) e miniprodução (fábricas e empresas).

Invista em energias renováveis e beneficie no IRS

Por um lado, as habitações que, após vistoria por entidade competente tenham recebido uma classificação relativa à sua eficiência energética na categoria A ou A+ têm uma majoração de 10% e, por outro, o limite de 591 euros é elevado de acordo com o escalão de rendimentos do sujeito passivo: aumentado em 50% se o sujeito passível estiver classificado até ao 2º escalão; 20% até ao 3º e 10% até ao 4º escalão.


Em relação aos encargos com a aquisição de equipamentos de aproveitamento de energias renováveis são dedutíveis em 30% e podem representar uma poupança fiscal máxima de 803 euros sendo que estas despesas só podem ser utilizadas uma vez em cada quatro anos.
Contudo, e contrariamente ao que sucedia em anos anteriores nem todos os contribuintes poderão usufruir da poupança fiscal máxima atrás referida. Esta só está disponível para os agregados que estejam classificados nos dois primeiros escalões de IRS, nos escalões seguintes o benefícios fiscal cai para 100 euros sendo nulo nos escalões de rendimento mais altos.



Londres vai receber a maior ponte fotovoltaica do mundo

A Solarcentury, uma empresa britânica da setor solar, iniciou formalmente no passado dia 4 de Outubro a instalação de mais de 4 400 painéis fotovoltaicos sobre a nova plataforma da estação ferroviária de Blackfriars (Londres, Reino Unido). A referida estrutura situada sobre o rio Tamisa deverá tornar-se desta maneira na maior ponte solar do mundo quando as obras estiverem terminadas.
Por Ricardo Pinto

A histórica estação de Blackfriars está a passar por uma remodelação de orçada em vários milhões de euros, a qual inclui a expansão da plataforma de embarque para a ponte com o mesmo nome, uma estrutura construída em 1886. Quando estiver concluída em 2012, esta ponte da era vitoriana estará coberta por mais de 6 000 m2 de painéis fotovoltaicos, o que a tornará no maior aproveitamento fotovoltaico da capital britânica. A Solarcentury prevê que estes painéis consigam gerar de 900 000 kWh de energia elétrica por ano, o suficiente para fornecer 50% do consumo da estação ferroviária e para reduzir a sua pegada de CO2 em 511 toneladas por ano.
O presidente executivo da empresa, Derry Newman, declarou que a Ponte de Blackfriars é a localização ideal para um novo e emblemático espaço de cobertura mesmo no coração de Londres. Acrescentou também que considera um bom sinal o facto de elementos fixos da paisagem urbana – como estações e pontes – estarem a ser cada vez mais utilizados na geração de energias renováveis.
A estação de Blackfriars está igualmente a adotar outras medidas de eficiência energética, entre as quais sistemas de captação de águas pluviais e tubos solares para possibilitar uma iluminação natural. Estas medidas fazem parte do plano da Network Rail para diminuir as suas emissões em 25% por passgeiro-km até 2020.