terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Português admite adiar acordo em Copenhaga


Na opinião de um dos principais negociadores portugueses em Copenhaga, o processo político de decisão e negociação sobre as alterações climáticas tem de sofrer alterações.

De resto, será melhor um consenso que possa contribuir para um entendimento no próximo ano, do que chegar agora a um “meio acordo”.

Pedro Martins Barata, membro da equipa de negociadores portugueses, não tem dúvidas.

“O clima não fica pior por nós adiarmos a constituição do regime climático um ano desde que as metas sejam mais eficazes, que o sistema seja mais robusto, que os volumes de financiamento sejam maiores. Hoje, se nós quisermos pressionar para haver um acordo em Copenhaga corremos o risco de termos um acordo muito menos ambicioso, que cumpra menos o que é necessário: um acordo que instaure um regime climático que nos permita atingir metas de redução muito mais fortes e ambiciosas do que as que temos actualmente”, disse.

Assim sendo, que mensagem deve afinal sair de Copenhaga?

“Condensar as três ou quatro mensagens importantes que Copenhaga deve ter: algo sobre uma meta de longo prazo para 2050, uma média de curto prazo para 2020 global e criar uma extensão do actual processo negocial que nos permita chegar a meados do próximo ano com uma nova disponibilidade para negociar”, refere.

Obama leva a Copenhaga uma proposta que países como a China ou a Índia consideram insuficiente, mas o presidente norte-americano tem as mãos atadas porque, internamente, o Senado ainda não conseguiu chegar a um consenso sobre as metas de emissões.
Países ricos e países em desenvolvimento não se entendem. No meio, os países mais pobres, os que mais sofrem com as consequências das alterações climáticas, mostram também uma posição de força.

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