sábado, 5 de abril de 2008

Sistemas Energéticos


Os consumos de energia em edifícios e os custos de operação e de manutenção, resultam do correcto dimensionamento e da adequada especificação dos sistemas energéticos, tirando o máximo partido do desempenho passivo do edifício.
Os sistemas energéticos, que se encontram integrados nos edifícios para aumentar o conforto e as funções disponibilizados aos moradores, são a outra componente que determina (positiva ou negativamente) as emissões de CO2 para a atmosfera, a qualidade do ar interior e, por consequência, a saúde dos seus utilizadores. Os consumos de energia em edifícios, bem como os respectivos custos de operação e de manutenção, resultam também do correcto dimensionamento e da especificação dos sistemas energéticos, pelo que se torna relevante a forma como os sistemas tiram o melhor partido do desempenho passivo do edifício no qual se integram. Hoje é possível optimizar o desempenho energético-ambiental dos sistemas energéticos através do seu correcto dimensionamento e da integração dos sistemas disponíveis de gestão de energia.
Enquanto no clima mediterrânico, em edifícios destinados ao uso habitacional (sempre que integrem as medidas da construção sustentável) não se justifica a dependência de sistemas para o arrefecimento, é importante que, para alcançar o grau de conforto desejado, haja a hipótese de os aquecer no Inverno.
Ao observarmos o comportamento de edifícios construídos de forma convencional, mesmo que possuam sistemas de aquecimento, verificamos que se mantêm extremamente desconfortáveis no Inverno, devido ao facto deste tipo de construção ser muito pouco adequada ao clima local.
Em edifícios habitacionais em que estão incorporadas as melhores tecnologias disponíveis da construção sustentável (o isolamento térmico adequado, a inércia térmica e a ventilação natural…), o contributo da frescura necessária para alcançar conforto, nos períodos em que as temperaturas são mais elevadas, surge sem recorrer a sistemas de arrefecimento que dependem do consumo de energias convencionais. Quando um edifício destinado ao uso habitacional necessita de sistemas de arrefecimento, demonstra um sintoma de falha na sua concepção e/ou execução.
SISTEMAS DE AQUECIMENTO CENTRALNum edifício com um excelente desempenho energético-ambiental, esta necessidade é consideravelmente reduzida, existindo muitas habitações em edifícios bioclimáticos que nunca activaram os seus sistemas de aquecimento (mesmo quando pré-instalados), beneficiando, contudo, durante todo o ano de temperaturas confortáveis e estáveis (entre os 20 e os 28ºC).
Os sistemas de aquecimento central devem ser adequadamente dimensionados e correctamente executados – e é sob este ponto de vista que os sistemas precisam de ser concebidos e instalados por entidades com o “know how” e com os meios correctos – tanto as entidades responsáveis pelos projectos como as responsáveis pela execução. Em edifícios reabilitados, destinados ao uso habitacional, poderá haver condicionantes que, por não facilitarem a implementação de algumas medidas passivas, obrigam a um maior consumo de energia. Analisadas individualmente, poderão ser compensadas por outras medidas mais activas sem que fiquem a depender do consumo de energias convencionais.
Um factor que aumenta a eficiência dos sistemas de energia é a sua centralização, à escala de um edifício singular ou de uma zona compacta da cidade. Em edifícios de habitação é muito benéfico, sob a perspectiva energético-ambiental, criar-se um sistema centralizado para o aquecimento das águas quentes sanitárias e para o aquecimento central. A energia necessária para fornecer, a todos os utilizadores no edifício, o serviço de água quente sanitária e de aquecimento central será consideravelmente inferior à necessária quando os sistemas são individuais, por habitação. Outro benefício da centralização dos sistemas energéticos nos edifícios é a possibilidade de se eliminar o gás do interior da habitação, o que contribui consideravelmente para o aumento da qualidade do ar. Sistemas centralizados tornam-se ainda mais atractivos, do ponto de vista energético-ambiental, quando são associados a sistemas solares térmicos e dão prioridade ao contributo das energias renováveis.
Existe a possibilidade de conceder a gestão destes sistemas centralizados a entidades com competência para a sua gestão e manutenção técnica permanente, para não sobrecarregar os gestores temporários de condomínios.
É muito importante para o utilizador, que os consumos do edifício se tornem perceptíveis, podendo utilizar, para tal, diversos meios sobretudo para aqueles consumos que o utilizador final poderá reduzir. Assim, a indicação na factura relativa ao serviço energético da média de consumo e um “display” (em tempo real) dos consumos do edifício podem contribuir para que as práticas dos utilizadores se tornem cada vez melhores.

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