sábado, 5 de abril de 2008

Investimento Socialmente Responsável

Ao participar na realização de edifícios com um excelente desempenho energético-ambiental, está-se a preencher uma função de responsabilidade social perante a comunidade de hoje e as gerações de amanhã.
Ao participar na realização de edifícios com um excelente desempenho energético-ambiental, independentemente do respectivo papel que se desempenha no processo (promotor, projectista, investidor, empreiteiro geral, utilizador final…), está-se a preencher uma função de responsabilidade social perante a comunidade.
A mudança de posicionamento proposta à banca pelo Engenheiro Carlos Pimenta, já no início dos anos 90, é da sua co-responsabilização pelos impactos ambientais dos projectos que financia ainda não se instituiu, apesar das pressões exercidas neste sentido também pelas organizações não governamentais. Enquanto as seguradoras assumem os custos relacionados com os desastres ambientais e as respectivas causas não são diagnosticadas e integradas no processo de concessão de crédito numa óptica da prevenção, continuam a ser concedidos créditos a projectos que não só não contribuem para aumentar a qualidade de vida das comunidades como provavelmente a reduzem.
Um investimento socialmente responsável promove a sustentabilidade do planeta.
Todo o dinheiro que investimos deve trabalhar no sentido de melhorar as práticas vigentes e de contribuir para o bom funcionamento da nossa sociedade e para o bom equilíbrio do nosso planeta.
Quando temos dinheiro disponível para investir (resultado de esforços e poupanças de muitos anos) no que não precisamos para a nossa sobrevivência e para as despesas quotidianas aprendemos que é rentável investi-lo – se o confiarmos ao nosso gestor de conta no banco ou a outros profissionais da área financeira.
A consciencialização das pessoas quanto às disfunções ambientais do planeta, que resultam directamente das actividades humanas, dá relevância à dimensão da responsabilidade social associada aos nossos investimentos (pois a decisão de ‘onde’ é que o nosso dinheiro é investido permanece nossa!). Neste sentido, importa, em primeiro lugar, escolher onde é, efectivamente, relevante investir, porque existem diversos fundos “verdes”, nos quais o retorno do nosso investimento nem é inferior a outros, convencionais, mas através dos quais estaremos a contribuir para melhorar o desempenho do planeta.
O Professor Klas Tham refere que quando um empreendimento consegue superar (mesmo que em pouco) as expectativas que os seus utilizadores têm em termos da sua qualidade (linha crítica), esse empreendimento será bem tratado pelas pessoas que o utilizam, porque se identificam com ele. Quando o empreendimento não consegue alcançar o nível de qualidade (mesmo que por pouco) que os utilizadores esperam, então irá sistematicamente degradar-se, porque não se identificando com o mesmo, os seus utilizadores não se sentirão estimulados a mantê-lo. Assim, será necessário ao longo do tempo investir tantas vezes, até se superar o nível de qualidade esperado.
A razão pela qual nem sempre o custo do ciclo de vida é contemplado de forma integrada pelo promotor imobiliário é porque os custos de requalificação, manutenção e operação acontecem depois de terem sido alienadas todas as fracções autónomas. Se o promotor imobiliário optar por ser solidário com o ciclo de vida do empreendimento, poderá, sem quase agravar os seus custos de construção, criar contextos que se valorizam e que contribuem para o bom desenvolvimento da comunidade.

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